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Vida boa


Há tempo que não vou
A uma praça
É de graça
Meu tempo
Não vale o dinheiro
Um banco, uma sombra
Uma conversa de amigo
Babás, risos, crianças
Há tempo que não vejo
Jornaleiro, palavras cruzadas
Pipoqueiro, sorveteiro
Crentes pregando,
Coreto e banda
Canções de saudades
Namorados, sorrisos e beijos
Há tempo que não faço feriado
A preguiça de dormir na grama
Pombos, pássaros, fonte
Ipê, flamboyant, azaleia
Outono flores no chão
Há tempo eu não vejo
Pique esconde, amarelinha
Meninas pulando corta
Há quanto tempo
Não me dou este sonhar
A praça resiste
Pesadelos, soldados, malandros
Meninos de ruas, postes sem luzes
Fonte sem água
Praça sem graça
As crianças se foram
Dos homens ficaram
Lágrimas saudades.

Comentários

  1. É meu amigo, o tempo andou mudando muita coisa, e as pessoas hoje em dia têm medo de viver livres como antigamente. E não é pra menos, a violência calou as brincadeiras de rua, as conversas sem pressa, o próprio tempo mudou...

    Hoje em dia vejo da boca de todas as pessoas sejam pessoas mais velhas ou mais jovens: " Eu não tenho tempo!"

    Vivo dizendo isso, e a sensação é mesmo que o tempo esteja escorrendo pelas minhas mãos, esse semana assisti no jornal que a nossa mente já nem consegue capturar o tempo como antigamente e que temos a impressão que ele corre.

    Onde vamos parar?

    Será se no futuro vamos fazer praças dentro de nossas casas e conversarmos pelo computador até mesmo com pessoas de nossa família? Ai ai ai...rsrs

    Clamo por tempos melhores.

    Um abraço meu amigo.

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  2. Triste realidade, belamente retratada pelo senhor! Há tempos ...

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Amizade

Surge derrepente Já nós vem pronta Atitudes que marcam... Tatuam a alma No profundo do nosso ser Nos faz ir além Surge de madrugada Quando caímos Nos dá a mão A palavra que conserta No frio, é o calor Não marcamos audiência Pára tudo, para nos atender Surge de madrugada Quando nosso carro enguiça Nos devolve o que perdemos... Surge no clarão do dia Na fila de um banco Em um beco sem saída Mãos de enxugam nossas lágrimas Nos leva ao médico Nos visita no hospital Que escuta Nos encoraja Nos mostra seu coração Nos compreende Amizade de perto De longe De um jovem De um adulto de uma criança O estético de gestos A lembrança na oração Nos colocando sempre Diante de Deus.

Aparência

Ser prudente se faz preciso Saber o que é um iceberg Uma parte de rocha de gelo Uma parte flutuando nas águas  Só é visto a menor parte A maior está sob as águas  Até quando? Quando pensamos em Cactos Só lembramos dos espinhos Há os com flores Qual melhor ideologia a seguir? Tens certeza? Há muitas flores de plásticos Confundem as abelhas  Até os mais inteligentes se iquivocam Mas ninguém pode exigir Que seus erros mais trágicos Sejam admirados como se Fossem acertos Em nossos ideais de liberdade Caminhamos em escravidão  O homem abstrato que somos Precisa lembra-se que ele é Carne e osso: finito Podendo ou não ser eterno.

Sinto em minh'alma

Muitos preferem o conforto da negação Só posso ter certeza Da sua existência só quando eu percebo Meus sentidos me fornecem, cores, Forma, aroma, sabor Tenho que toca-lo... Para que eu diga ele existe Alguém já disse: Penso logo existo É indubitável O quê a alma sente O quê a alma pensa Existe! Deus existe! Ele percebe Quem quer ser percebido E os que não querem Ele existe! Não tem cor, forma ou sabor... Não se pega com as mãos Ídolo estático não é Como o vento não enxergamos Mas sentimos seus efeitos No profundo da alma Penso logo existo! Em meu empirismo radical Em favor da alma Deus existe! Indubitável na alma Dos que creem.