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Mostrando postagens de 2015

Nossas fomes

Sempre os mesmo desejos Ano após ano...séculos... Sonhos de dias melhores... Por onde o homem passou Deixou suas marcas... A maior de todas A marca da dor da fome Duvido você ser o mesmo Depois de ouvir a dor da fome A maior de todas as dores Dor da fome... Ela afeta além do físico Aos que têm alma, afeta... Não há nada mais triste e cruel Que choro em uma criança Estou com dor! Mães e pais também famintos Perguntam por perguntar E as pobres criaturinhas apertando seus ventres Respondem estou com dor da fome! Dor da fome na África, dor da fome na Síria... A maior de todas as fomes; dor da fome Tenho fome para ver gerações de  A,Y e Z Abrindo suas janelas para sentir e ouvir A dor da fome... Gerações de Y a Z crie seus inventos Não se demorem...em seus jogos de guerra O quê sobram em suas mesas..... Podem acabar com a dor da fome...

Sonhos dos peixes

Os peixes sonham com água O homem é seu fel Há muitos não sonham com  mel O Rio que era doce... De ferrugem amargou-se Vale de lama... Gosma de ferro Há homens que sonham com os peixes Peixes e homens sonham com água Todos cobertos de lama Ferro do vil metal Pedras rejeitos...escorrem... Vale que um dia fora doce Tudo tão amargo... Casas não há...lares se foram Lágrimas em lamas Lembranças se foram Dias e dias....agonias Tudo escorrendo ... Homens indigentes. .. flora e fauna...doentes Rumo ao mar... nossa próxima vitima Os homens e seus castelos de lama... .

O preço

Tudo tem seu preço O trem não pará ... O da Central, o preço da pressa... Passemos bem devagar! Como em um minuto de silêncio Há um corpo frio sobre a linha Nada há de se fazer... Não toque suas mãos! O trem tem pressa de chegar De quem  é o corpo? É do outro... Não irá se mover Da mesma forma não irá se mover O maquinista, o chefe da estação todos estão mortos Não morreram naquele dia Morreram e faz tempo Estão a cada dia mais frios A lição do Bom Samaritano Aqui não se pratica Desfalecido ou morto? Não toque é coisa pra perito! O trem passa bem devagar... O corpo frio sobre a linha Corpos frios na plataforma Assistindo a cena imbecil Mortos, carregando o morto Olhares sem ação... O trem tem pressa...

Falar só

Muitas vezes falo só Fiel amigo Argos E você sabe o quê é ficar só Muitas vezes fico em meus solilóquios Fiel amigo sempre esperamos nosso Ulisses Muitas vezes esperamos o último alhar Não fazemos mais parte das conversas Refletir dói a cabeça.... Somos deixados de lado Mundo veloz em todos os sentidos Poesia, minha poesia, estamos fora da ordem Quem se importa com nossos versos ? Contamos nos dedos,somos poucos Argos Há também poucos Ulisses Para algumas Penélopes você não mais existe Como mudar este olhar? Reciclar vidas....máquinas e robôs Sangue e Silício... Eu suplico! Não quero morrer sem o seu olhar Tenho palavras,  se eu morrer Aqui jaz a poesia Não há túmulo para o que é eterno eu volto sempre...

Faz tempo...

Agonizam as Savelhas e outros peixes Faz tempo...a culpa? Não é minha A culpa não é sua...é do outro... Sabemos como maquiar nossas águas Sabemos como maquiar nossas desculpas Nosso mar, nossas lagoas são vistas do alto Não é hora para remexer suas águas Escondam nossos peixes, agora é festa A esperada festa Olímpica... disputas, recordes, podiums, medalhas... joguemos limpo...cuidado com os testes antidoping e agora maquiaram nossas águas...? Se tudo for sério nossas águas estão hiper dopadas eu esqueci, as águas já são punidas faz tempo... Nossas águas faz tempo, não são águas quanto  aos nossos peixes...? Faremos uma nova cidade, Porto Maravilha! O maior aquário da América Latina Só não combinaram com os peixes A onde eles querem morar Em gaiolas de vidros? O homem é seus inventos... Porque não reinventar nosso antigo mar? Barcos movidos á velas Somos os primeiros em ilusão Os primeiros em fantasias Faz tempo....é preciso uma brisa bo

Sons do silêncio

Tenho tentado entender Não consigo conceber O que fazer com meu lapidar Cinzelar o silêncio...escultura de horror A cada martelar sons de dores Cinzelar o silêncio... Abstrato sem rosto Imagem sem sabor Gritos...dentro em mim... Não posso olhar para frente Se olhar para trás viro estátua de sal Saio de Sodoma entre em Gomorra Meu martelar... lapidar de horror Minha terra está em guerra Diga-me é mentira ? Há sons do silêncio Os homens estão cegos, surdos e mudos As pedras Elas são brutas Clamam por vidas Voz de trovão...gritos, urros... Garganta seca... . Água!...água! Principio das dores.... O fim disto tudo só um é que sabe.

VER O VERDE

As sementes vão ao lixo São muitas sem chão Quantas vieram as suas mãos? Quantas não foram ao chão? Feito estrelas no céu Não se pode contar Não germinam em pedra Pedra é o que mais há Sementes vão ao lixo Vamos juntar...este ouro Laranja, manga, melão Caqui, goiaba...sementes ao nada Ficam ao beira do caminho Pelos homens são pisadas Os homens são pedras Em pedras não vingam nada Quer ver o verde traga a sua semente Aquele que irá ao lixo Não é preciso muito Apenas uma semente Frutos mil... Aos homens aos pássaros Vem o pão...a lição Crianças ensinem aos homens Como ver o verde A sombra de uma árvore Olhe os frutos... sementes milhares! Sementes, frutos sem fim Escolas mostrem aos meninos Papel, plástico, metal e vidro Final de festa...tudo se presta  Onde está a coleta das sementes?! Sementes não são lixo... Vamos ver o verde Nem que seja em vaso de concreto.

CEDER

Preciso ceder esta minha sede Já era tempo, há séculos ... Preciso ceder a sede de muitos... Aprender o que nunca para mim foi lição Sempre bebendo em meu umbigo Cisternas, cacimbas, nunca foram minha cina Preciso ceder esta minha sede Sede de água nas calçadas... Os gritos de muitos por água Sertão e suas promessas Promessas de homens Promessas para os Santos Terra seca, me mande água A sede chegou em outras portas Falta H2O onde nunca poderia faltar Preciso aprender a ceder minha sede Banho sempre foi luxo para muitos... Com sapato apertado não se pode dançar Lembro do meu chinelo velho... Água para matar minhas sedes... Não cedemos nossas bocas A quem mais entende de água e sede Continuar  bebendo água de volume morto? -  "Quem beber da água que eu lhe ter do seu  interior irá fruir rio de água-viva É preciso ceder ... Ceder nossas sedes, ir de caneco em caneco Ao dono da fonte Há um deserto em nós...