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Mostrando postagens de julho, 2011

Nossos dias

O asfalto queima os pés Há meninos malabalistas No sinal fechado, limões em mãos O artista sem máscara De uma vida amarga São poucos os segundos Por umas moedas Já me vem um outro Lavar o parabrisa Quem tem carro precisa enxergar Quem tem fome precisa comer Os homens se apressam O coração se fecha Antes que o sinal Não quero, não tenho Outra dia... A fome pode esperar... Limões aos ares não caem ao chão Nem se faz limonada Vida azeda, mais que ácida Muitas mães, muitos irmãos O sinal em atenção Os homens estão fechados Gravitando em seu pensar Bandidos!...Perigo! Não foram os meninos dos sinais Que comeram a merenda das escolas Foi um bicho chamado homem Ele devora as crianças E está solto pelas ruas Distribuindo cestas básicas

Seu olhar

Onde está seu olhar? Não atravessa as ruas O sol que muitos precisam Ele poderia ser Apenas um olhar Sem um olhar Não há vida As ruas e suas agonias Um olhar liberta o riso Um olhar liberta a alma Derruba muros Aproxima os rostos Um olhar faz bem Traz as manhãs Com a exatidão Do bom, do belo Do feio, do péssimo Um olhar nos faz pensar Para quem olhar? Um olhar torto Um olhar morto Um olhar vazio Nada reto Nada justo Lágrimas... Aonde anda seu olhar? Se seus olhos forem mal Todo seu corpo será mal