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Mostrando postagens de 2014

Ser negro

Não consigo respirar... Meu mal, nascer na cor errada Sonho de Luther, igualdade Não consigo respirar Há morte em série... aos que tem a cor errada Morrem sem piedade Não consigo respirar Policia, justiça matam em série Aos que tem a cor errada Quantos são preciso para testemunhar? Pobre Eric Garner seu crime capital Ter a cor errada Morreu com uma gravata Por uma polícia branca Que só enxerga o negro, como cor errada Não consigo respirar... Como tributo aos de cor errada Provoco com uma pergunta Se fosse o contrário A justiça enxergaria a cor exata?... Estamos de luto...cor de uma raça.

Semi...

Há um terrível mau Uma doença em nossas vidas Absurdo das epidemias Pior que as dos ratos A peste ficção de Albert Camus Verossímil abismo... Estamos enclausurados Observando os absurdos Invasão dos semi-deuses Excelentíssimos senhores de todos os poderes Semi-deuses, aos amigos tudo... Aos inimigos a lei Semi-deuses não erram, cometem equívocos Não são corruptos, fazem maus feitos Semi-deuses de tempos em  tempos saem as ruas Beijam as crianças dos pobres mortais Comem  pasteis com  caldo de cana nas feiras livres Logo depois... Marquem suas audiências Semi-deuses não se misturam Não crie ironia a um semi-deus Ele não é deus mas é quase... Cuidado com sua ira! No conselho dos homens um erro Não se justifica com outro erro No conselho dos  semi-deuses Há  uma ética do silêncio... Semi-deuses dirige seu automóvel sem documentos Vivemos em nossos dias as dores do poder Não temos a quem  recorrer Somos governados e julgados pelos s

As portas

Oh! Nobre de berço Há percepção sem objetivo Há  distorção, alucinação Cores e formas, céu e inferno Há portas que a percepção é difusa Over dose sem retorno Livre Sem Deus  Navio sem leme rumo ao admirável mundo novo Onde o homem ilha se perde em trilhas O crack, caminho sem rumo Efeito da mescalina e suas miragens Morte em vida, porta larga... Pedras de tropeço... Só há um jeito de ultrapassar a morte A certeza no que o olho não vê Oh, nobre de berço não seremos livres Se não conhecermos a verdadeira percepção O quê eu frágil homem posso querer? Como melhor se  sair das garras da morte? O homem de Nazaré...e sua percepção Senhor em suas mãos entrego meu espírito Três dias....dormindo com Deus O eterno não morreu Foi preparar um novo céu um nova terra O que Aldous Hexley precisava enxergar.

Colapso na colmeia

Há uma gosma tóxica Os homens se perdem no caminho de ida Os homens se perdem no caminho de volta Há um toxina pobre inseto Engenharia genética, arte da desordem Há colmeias abandonadas intactas Perderam-se no caminho de volta Abelhas entoxicadas  desordem de colapso da colônia Dezimação razão sem ética Abelhas não morrem  na colmeia Os homens com suas ideias Grita Walter Haefeker Os homens estão cegos , surdos Herbicidas, homicidas Monocultura, soja suja Flores de plásticos Polonizando a sofrida terra Desordem de colapso na colônia dos homens Há flores nos buracos das calçadas a espera dos últimos úteis insetos Os homens não sonham com mel

Gota a gota

Aos poucos, gota a gota Chuva é feito disso Gota a gota Os dias são somas Gotas de olhares A luz é feita de gotas Gotas de raios Mas há muita treva Olho por olho Boca sem dentes Se vão os meninos Pobres inocentes Triste cina mães de Israel Mães da Palestina Muro gotas de cimento Rios de lamentos Sem sabor de leite Sem sabor de mel Cores de algozes  Matizes de vítimas Cai sobre nós Sobre nossos filhos Sangue inocente Não se lava as mãos Terra a quem prometida? Gota a gota escorre ao chão O reino dos homens Gotas de pó...

O Grande Nada

O deus deste século O Grande Nada Leva a muitos ao seu alienar A crença em um Nadarismo Destruir, aterrorizar Ferir, matar Os tolos vedem suas almas Ele não junta, espalha Não planta mas quer colher Não soma só subtrai Pai dos soberbos, dos tiranos O Grande Nada, holocausto do terror Sua ira não se aplaca Queima ônibus Saqueia lojas Impede o ir e vir Fala em liberdade... Não tem raiz Não dá frutos A covardia em osso Não tem cara Esconde o rosto Seus príncipes Seus meios, seus fins Não levam a nada Nada é nada Usa roupa de marca Com perfume de terror

Busco

Não consigo dormir Não é minha cama Tenho procurado, busco... Nas manhãs em meu lidar Busco nas ruas, busco nas praças não a vejo nas lojas não a vejo nas ruas Não se ensina nas escolas O dinheiro não compra Na fama não se encontra   O que é caro é raro Valor de tesouro O que transforma o viver O prazer de um ser A certeza do certo A certeza do bem O gosto do bom O quê muda o olhar O que determina um dormir não vem pela maciez de um colchão O sonho que muda toda a realidade Busco, tenho buscado Não vejo no mar Não vejo no ar  No vejo na terra O que busco o mundo não dá Quem sabe onde encontrar? -Eu dou a minha paz Invisível aos olhos Voz que faz dormir sobre uma folha de jornal Se dorme o melhor dos sonos Quando se encontra  A verdadeira Paz.

Versos soltos...

Há olhares que são pedras outros retinas Estamos na era das chacinas Gostamos de lustres mas nosso chão está no escuro Homem carne e silício lições de neuroses Escola de homens As taças das mesmices Celebram os velhos hábitos O mal tornou estopa, sua obra faísca Ambos irão arder Já sentimos a fumaça Há palavras elas foram ditas não tente mata-las Elas são pão, elas viram vidas No momento pisadas pelos nobres maltratada pelos tolos Os homens e suas escolhas Vaso quebrados só um novo Não se colam diamantes Querem ser barro? Tens minhas mãos Faço tudo novo Gente humilde Meninos precisam ser homens E homens, meninos com alma O mundo não se sustenta Vive de circo Não conhece o Pão Não falei de amenidades... Quem sabe amanhã Se houver trarei as flores.

Na terra do possível

Na terra onde vivo  não há espaço para amenidades Cidades onde os automóveis não se movem Nossas praças sofrem de solidão Flores conversam entre si Silêncio dos pássaros Não há olhares de perceber Os mentigos fazem suas cirandas Os políticos suas promessas O homem mau á espera de suas vítimas Não há sombras, não há sol Não há meninos, brincadeiras e risos Tudo muito sério, muito adulto... não quero esta herança Vou fazer um outro inventário Inventário das coisas invisíveis Crianças podem tocar e brincar com as nuvens, há nuvens de todas as formas, carneiros, pássaros, gigantes e formigas Elas podem brincar junto ao céu Elas podem brincar junto a terra Há nuvens para todos os meninos Há nuvens para os homens Homens que se deixam Homens  que enxergam coisas invisíveis Coisas que o dinheiro não compra Tudo na vida é feito de nuvens Como um grande lego... Há brinquedos de construir sonhos Há outros que são nuvens vermelhas inventário de morte Basta de nuvens

Dar voltas

Vamos dar um rolezinho Sim um rolezinho dentro de nós Chame os manos, as minas  Precisamos de um papo reto Há um abandono intelectual Escolas sem alunos Alunos sem professores Há um abandono, não se aprende a ser Neste admirável mundo novo Só nosso rolezinho é tão velho Vamos ocupar nossas praças Nos shoppings só os sentidos fazem sentido Só o prazer  de se ter, novidades de vaidades No Maranhão há umas pedrinhas Escaparam pelas mãos,  Atingiram Ana Clara Inocente criança  Ela pagou o preço Vamos dar um rolezinho Hoje pensamos mais em prisões Onde há escolas? Dinheiro não se faz o saber Rio, São Paulo, Brasilia Tudo na mesma agonia Vamos dar um rolezinho Em nosso pobre Piauí Há um saber em Cocal dos Alves Vamos dar um rolezinho onde se dão as maõs Augustinho Brandão onde o dever de casa se faz bem feito, modelo para muitos Vamos dar um rolezinho Dentro de nós Só se muda se eu mudar Estamos presos Não sabemos o que é ser livre Vida de gado povo marcad