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Não vi


Não vi com os olhos de se ver
Não ouvi com os ouvidos de se ouvir
Não reparei a minha volta
Não me fiz como o bom samaritano
E sim o sacerdote e seu engano
Eu me vi no levita que se agita: passei de largo
Eu não vi o sofrido ao lado
Não atendi o seu chamado
Na solidão da multidão
O próximo morre ao chão
Não vi com os olhos de se ver
Onde estava meu coração?
Nos tesouros que cá estão
Não ouvi com os ouvidos de se ouvir
Os Ais de Jesus, eu não entendi
Juntei-me aos fariseus e seus fermentos
E ao faminto eu minto
Por que hoje é sábado
De uma lei tão fria
Não vi quem passa fome
Do pão da vida
Desculpa-me, vou ver meu campo
Desculpa-me, vou ver meus bois
Casei-me, estou em festa
Não ouvir com os ouvidos de se ouvir
É recusar o banquete de Cristo
Já os pobres, os aleijados e os cegos
Viram com os olhos de se ver
Provaram de sua ceia
Perdão ...perdão ...

Que eu veja com os olhos de se ver
E ouça Jesus dizer o que é religião.

Comentários

  1. Irmão Aguiar, bem profundo e sincero este poema. É impressionante como nos acomodamos e ver dar muito trabalho. Lindo! continue escrevendo! Abraços, Joed

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