Pular para o conteúdo principal

Não vi


Não vi com os olhos de se ver
Não ouvi com os ouvidos de se ouvir
Não reparei a minha volta
Não me fiz como o bom samaritano
E sim o sacerdote e seu engano
Eu me vi no levita que se agita: passei de largo
Eu não vi o sofrido ao lado
Não atendi o seu chamado
Na solidão da multidão
O próximo morre ao chão
Não vi com os olhos de se ver
Onde estava meu coração?
Nos tesouros que cá estão
Não ouvi com os ouvidos de se ouvir
Os Ais de Jesus, eu não entendi
Juntei-me aos fariseus e seus fermentos
E ao faminto eu minto
Por que hoje é sábado
De uma lei tão fria
Não vi quem passa fome
Do pão da vida
Desculpa-me, vou ver meu campo
Desculpa-me, vou ver meus bois
Casei-me, estou em festa
Não ouvir com os ouvidos de se ouvir
É recusar o banquete de Cristo
Já os pobres, os aleijados e os cegos
Viram com os olhos de se ver
Provaram de sua ceia
Perdão ...perdão ...

Que eu veja com os olhos de se ver
E ouça Jesus dizer o que é religião.

Comentários

  1. Irmão Aguiar, bem profundo e sincero este poema. É impressionante como nos acomodamos e ver dar muito trabalho. Lindo! continue escrevendo! Abraços, Joed

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Amizade

Surge derrepente Já nós vem pronta Atitudes que marcam... Tatuam a alma No profundo do nosso ser Nos faz ir além Surge de madrugada Quando caímos Nos dá a mão A palavra que conserta No frio, é o calor Não marcamos audiência Pára tudo, para nos atender Surge de madrugada Quando nosso carro enguiça Nos devolve o que perdemos... Surge no clarão do dia Na fila de um banco Em um beco sem saída Mãos de enxugam nossas lágrimas Nos leva ao médico Nos visita no hospital Que escuta Nos encoraja Nos mostra seu coração Nos compreende Amizade de perto De longe De um jovem De um adulto de uma criança O estético de gestos A lembrança na oração Nos colocando sempre Diante de Deus.

A verdade

A vida não é alegre Ainda não somos capazes Há ameaças...o caos Não nos rendemos As explicações divina Nietzsche e seu deus Você tem razão... Alias ele nunca existiu Morreu....o homem E o super-homem Estamos procurando Onde está, onde atua...? Nas casas, nos becos, nas ruas ?! Feito pela mãos dos homens Tem boca não fala... Tem ouvido não ouve O deus de Nietzsche Não fora encontrado A nanotecnologia Enxerga o minúsculo O super-homem É muito raquitico Estamos com dores Estamos com medo Perdemos os anéis Perdemos os dedos Precisamos sobreviver Os dias são negros Precisamos dizer não Indefinidas...teorias se repetem O que mudou?....nada Há algo definido Inteligente Nietzsche Onde estava seu saber Em seu iluminado ateismo ? Algo que não envelhece Não morre Feito água Feito luz Não criou teoria Ele um humilde homem Morreu por amor A verdade definida Imutabilidade Encontrar saída? Não carregue suas mochilas Teorias...sofismas Deus não morreu. ...

Vida curta

Seremos poucos No modo de pensar Fora do comum A vida é curta A Verdade é longa Desde os antigos Suas necessidades Sócrates ensinando a Platão O alimento, suor e dor Abrigo protetor, busquemos Mudar a natureza, alto preço Buscar o amor o eros multiplicador A busca do mistério Como não morrer Nos diz a ciência Nos diz a religião Intrigante relação A vida é curta A Verdade é longa... Ansiedade do eterno A busca deste mistério Tão próximo de nós No mais profundo do nosso ser Quem é dotado de forças Para se manter? O filho do homem dizendo: O reino dos céus está dentro de vós O Nazareno desvendou o mistério A mais intrigante necessidade Rendam-se todos Aquele que tentar salvar a sua vida Perdê-la-á Aquele que perder a sua vida Por minha causa reencontrá-la-á Acenda a lâmpada e ande Vida curta, vida longa.... Eis A vida