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Água

O sol sempre... não faz sombra
Os dentes de brasas marcam
No chão rachado rastros de peixes
O mandacaru esconde sua flor
O gado bêbado por não beber
No céu sinal de fogo
Água ausente ... lágrimas
No estradão barrento
A miragem de umas gotas
Água... será água?
Promessas, rezas, ladainhas
Linguas secas clamam
Banho é luxo, me de migalhas
Gotas, dois dedinhos de água
O sol não se vai
Meu boi se foi, morreu torrado
Sertão sua cima
Morte ao homem
Quem se importa?
Sertão sem pão
Sertão sem feijão
Minha esmola de sempre
Bolsa família dos secos
Nada... nada de molhado
Sertão sua cina
Chuvas de promessas
Rio de salivas...
A água há de brotar
Depois do carnaval
Restos de uma fantasia
Água... água...

Comentários

  1. Seo Aguiar, como é bom te-lo como comentarista. Sua opinião é muito importante pra mim, seja sempre bem vindo meu irmão. E você também com sua poesia acaba denunciando as mazelas desse país.

    abraço

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  2. Olha eu aqui de volta Aguiar! Nem precisa dizer o que inspirou escrever a poesia acima. Naquele momento você estava com a imagem do sertão nordestino na em seu olhos e um ideia na cabeça.

    Abraço,

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  3. Caro poeta, esse é um assunto muito delicado. O sertão nordestino está sofrendo com a seca. Sou de uma pequena cidade do Ceará, mas agora por conta da minha faculdade, estou morando no Rio Grande do Norte e por aqui a situação é grave. Para se ter uma breve ideia, uma chuva de 10mm foi motivo de festa para os moradores e até ganhou reportagem de destaque nos jornais. Triste realidade.
    Parabéns por ter abordado este tema em mais um belo poema.
    Abraço!!
    http://ymaia.blogspot.com.br/

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Sinto em minh'alma

Muitos preferem o conforto da negação Só posso ter certeza Da sua existência só quando eu percebo Meus sentidos me fornecem, cores, Forma, aroma, sabor Tenho que toca-lo... Para que eu diga ele existe Alguém já disse: Penso logo existo É indubitável O quê a alma sente O quê a alma pensa Existe! Deus existe! Ele percebe Quem quer ser percebido E os que não querem Ele existe! Não tem cor, forma ou sabor... Não se pega com as mãos Ídolo estático não é Como o vento não enxergamos Mas sentimos seus efeitos No profundo da alma Penso logo existo! Em meu empirismo radical Em favor da alma Deus existe! Indubitável na alma Dos que creem.

Aparência

Ser prudente se faz preciso Saber o que é um iceberg Uma parte de rocha de gelo Uma parte flutuando nas águas  Só é visto a menor parte A maior está sob as águas  Até quando? Quando pensamos em Cactos Só lembramos dos espinhos Há os com flores Qual melhor ideologia a seguir? Tens certeza? Há muitas flores de plásticos Confundem as abelhas  Até os mais inteligentes se iquivocam Mas ninguém pode exigir Que seus erros mais trágicos Sejam admirados como se Fossem acertos Em nossos ideais de liberdade Caminhamos em escravidão  O homem abstrato que somos Precisa lembra-se que ele é Carne e osso: finito Podendo ou não ser eterno.

Casa dividida

Não chegaremos  a lugar algum Estamos cercados entre céticos E os cinicos Querem mudar o mundo E não mudam a si Não há projetos para os céticos Estamos cercados por ideologia dos cinicos Casa dividida não subsiste Céticos e cinicos são pedras são espinhos Sujos e mal lavados Oder velho em vinho novo Não chegamos a lugar algum Reino dos homens Só há uma esperança Sejamos peregrinos Em direção ao reino do céu Nossa terra só ruina Ídolos com pés de lama Abominável justiça A verdade é a vitima Das balas perdidas dos homens Nossa casa está dividida Quem não junta espalha O que mais precisamos O corruptível se tornar incorruptível O melhor legado para nossa terra A Paz que o mundo não dá Os humildes serão exaltados Mundo para quem se fizer como meninos Ideologia de homens são pó são nó Vaidade das vaidades Um olhar de compaixão Eles não sabem o que fazem.