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Sem alma

Sou peregrino andando em mim
Ruas, avenidas, alamedas
Sem RG, poeta se disfarça
Andarilho só quer ser livre
Na cidade sem alma
Eu viajo... a seta está cravada
Em um mundo em desencanto
Não há destino para andarilho
Vou no silêncio das luzes
Voando feito pluma
Consigo ver a inutilidade
De quem não quer olhar
Eu percebo a falta de ar
Na cidade dos objetos
Na cidade sem alma
Há adultos fora da hora
Crianças sem escolas
Hospitais sem médicos
Esqueceram, o que somos
Não quero ser um objeto
Sou um ser em extinção
Consigo descançar 
A sombra dos insetos
Nas trilhas das formigas
Consigo entender suas idas e vindas
O sentido do  trabalho
Antes do inverno
Sou peregrino, não mendigo
Não vivo de esmola
Tenho no bolso ar
Tenho no bolso a água
O sol é meu companheiro
Sou rico, busco almas
Sonho viver em uma cidade
Cidade da Utilidade
Onde os homens  são meninos
E meninos homens com almas

Comentários

  1. "Sonho viver em uma Cidade de Utilidade
    Onde os homens são meninos
    E meninos homens com almas."

    Belíssimo, amigo!

    ResponderExcluir
  2. Parabéns pelo poema meu amigo.
    "Esqueceram, quem somos."
    Um Feliz 2013 a você e a toda a sua família.
    Um abraço!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Citei uma passagem que não deixa de ser verdade também.
      Mas, corrigindo: "Esqueceram, o que somos."

      Excluir

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Sinto em minh'alma

Muitos preferem o conforto da negação Só posso ter certeza Da sua existência só quando eu percebo Meus sentidos me fornecem, cores, Forma, aroma, sabor Tenho que toca-lo... Para que eu diga ele existe Alguém já disse: Penso logo existo É indubitável O quê a alma sente O quê a alma pensa Existe! Deus existe! Ele percebe Quem quer ser percebido E os que não querem Ele existe! Não tem cor, forma ou sabor... Não se pega com as mãos Ídolo estático não é Como o vento não enxergamos Mas sentimos seus efeitos No profundo da alma Penso logo existo! Em meu empirismo radical Em favor da alma Deus existe! Indubitável na alma Dos que creem.

Aparência

Ser prudente se faz preciso Saber o que é um iceberg Uma parte de rocha de gelo Uma parte flutuando nas águas  Só é visto a menor parte A maior está sob as águas  Até quando? Quando pensamos em Cactos Só lembramos dos espinhos Há os com flores Qual melhor ideologia a seguir? Tens certeza? Há muitas flores de plásticos Confundem as abelhas  Até os mais inteligentes se iquivocam Mas ninguém pode exigir Que seus erros mais trágicos Sejam admirados como se Fossem acertos Em nossos ideais de liberdade Caminhamos em escravidão  O homem abstrato que somos Precisa lembra-se que ele é Carne e osso: finito Podendo ou não ser eterno.

Casa dividida

Não chegaremos  a lugar algum Estamos cercados entre céticos E os cinicos Querem mudar o mundo E não mudam a si Não há projetos para os céticos Estamos cercados por ideologia dos cinicos Casa dividida não subsiste Céticos e cinicos são pedras são espinhos Sujos e mal lavados Oder velho em vinho novo Não chegamos a lugar algum Reino dos homens Só há uma esperança Sejamos peregrinos Em direção ao reino do céu Nossa terra só ruina Ídolos com pés de lama Abominável justiça A verdade é a vitima Das balas perdidas dos homens Nossa casa está dividida Quem não junta espalha O que mais precisamos O corruptível se tornar incorruptível O melhor legado para nossa terra A Paz que o mundo não dá Os humildes serão exaltados Mundo para quem se fizer como meninos Ideologia de homens são pó são nó Vaidade das vaidades Um olhar de compaixão Eles não sabem o que fazem.