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Nossos dias


O asfalto queima os pés
Há meninos malabalistas
No sinal fechado, limões em mãos
O artista sem máscara
De uma vida amarga
São poucos os segundos
Por umas moedas
Já me vem um outro
Lavar o parabrisa
Quem tem carro precisa enxergar
Quem tem fome precisa comer
Os homens se apressam
O coração se fecha
Antes que o sinal
Não quero, não tenho
Outra dia...
A fome pode esperar...
Limões aos ares não caem ao chão
Nem se faz limonada
Vida azeda, mais que ácida
Muitas mães, muitos irmãos
O sinal em atenção
Os homens estão fechados
Gravitando em seu pensar
Bandidos!...Perigo!
Não foram os meninos dos sinais
Que comeram a merenda das escolas
Foi um bicho chamado homem
Ele devora as crianças
E está solto pelas ruas
Distribuindo cestas básicas

Comentários

  1. Nossa Aguiar que poema forte!!!

    Eu admiro as tuas palavras e a tua vontade de mudar o que apetece mudar, eu ando tentando também meu amigo, em minha mente eu tiro crianças das ruas e as ponho salvas nos braços e carinhos de seus pais, e quando acordo desse sonho assusto-me com a realidade.

    Algum dia tudo será modificado e tudo será de paz e harmonia :)

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  2. Como sempre, as tuas palavras nos coloca num repensar incrível... sabemos das mazelas e temos muito o que pensar e fazer... fazer eis o que esta em falta... pensa-se muito, faz o mínimo...

    Abraços meus!!!

    ResponderExcluir
  3. EXCELENTE Aguiar!! Gostei, um tapa na cara da hipocrisia..muito bom!

    []s

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  4. Aguiar,

    Emociona, aponta, afronta e é um bela construção. Tudo em um poema.

    Parabéns

    Abraços,

    Anna Amorim

    ResponderExcluir
  5. Excelente poema!!
    Deixo o link para visitar o meu blog:

    http://ymaia.blogspot.com

    Parabéns!!!

    ResponderExcluir

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Sinto em minh'alma

Muitos preferem o conforto da negação Só posso ter certeza Da sua existência só quando eu percebo Meus sentidos me fornecem, cores, Forma, aroma, sabor Tenho que toca-lo... Para que eu diga ele existe Alguém já disse: Penso logo existo É indubitável O quê a alma sente O quê a alma pensa Existe! Deus existe! Ele percebe Quem quer ser percebido E os que não querem Ele existe! Não tem cor, forma ou sabor... Não se pega com as mãos Ídolo estático não é Como o vento não enxergamos Mas sentimos seus efeitos No profundo da alma Penso logo existo! Em meu empirismo radical Em favor da alma Deus existe! Indubitável na alma Dos que creem.

Aparência

Ser prudente se faz preciso Saber o que é um iceberg Uma parte de rocha de gelo Uma parte flutuando nas águas  Só é visto a menor parte A maior está sob as águas  Até quando? Quando pensamos em Cactos Só lembramos dos espinhos Há os com flores Qual melhor ideologia a seguir? Tens certeza? Há muitas flores de plásticos Confundem as abelhas  Até os mais inteligentes se iquivocam Mas ninguém pode exigir Que seus erros mais trágicos Sejam admirados como se Fossem acertos Em nossos ideais de liberdade Caminhamos em escravidão  O homem abstrato que somos Precisa lembra-se que ele é Carne e osso: finito Podendo ou não ser eterno.

Casa dividida

Não chegaremos  a lugar algum Estamos cercados entre céticos E os cinicos Querem mudar o mundo E não mudam a si Não há projetos para os céticos Estamos cercados por ideologia dos cinicos Casa dividida não subsiste Céticos e cinicos são pedras são espinhos Sujos e mal lavados Oder velho em vinho novo Não chegamos a lugar algum Reino dos homens Só há uma esperança Sejamos peregrinos Em direção ao reino do céu Nossa terra só ruina Ídolos com pés de lama Abominável justiça A verdade é a vitima Das balas perdidas dos homens Nossa casa está dividida Quem não junta espalha O que mais precisamos O corruptível se tornar incorruptível O melhor legado para nossa terra A Paz que o mundo não dá Os humildes serão exaltados Mundo para quem se fizer como meninos Ideologia de homens são pó são nó Vaidade das vaidades Um olhar de compaixão Eles não sabem o que fazem.