A vida se desforma Como os relógios Surrealismo de Dalí Nosso realismo daqui O tempo escorre de lá A vida sangra de cá Foi assim com o malabarista Alpinista de vidraças Foi assim na Paulista Um ciclista caído na pista Seu braço caído em um riacho A procura do seu dono Agora um semi-abraço A vida está por um fio Vodkas, energéticos, volantes Não se vê o outro Não se vê a si Vida por um fio Balas perdidas Babás enfurecidas Dores...feridas... Freud não explica Vida por um fio Tiros de fuzis O vil metal maltrata O vil metal que mata O animal que sou Jacques Derrida... estamos a deriva Quem é animal , quem é humano? O animal está nu, sempre nu O homem se esconde Suas máscaras, suas roupas... Seu drama, teatro insano Em um ato foi-se um braço Em outro ato deu-se a vida Quem estava por um fio Deu a outra face Face de perdão Da desolação A sublime lição Eu preciso aprender Não feche a cortina...